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Os famosos selos mauricianos estão espalhados pelo mundo. Estampados com o rosto da rainha Vitória, são considerados joias pelos colecionadores. Berlim reúne pela primeira vez 18 exemplares da raridade do século 19.
O pequeno selo azul, sobre o qual foi detalhadamente
estampado o rosto da então rainha do Reino Unido, Vitória, tem mais de 160 anos
de idade. O exemplar, em excelente estado de conservação, pertence à atual
monarca britânica, que o emprestou ao Museu da Comunicação de Berlim. Até 25 de
setembro, uma mostra reúne pela primeira vez 18 dos 27 raros selos das Ilhas
Maurício ainda existentes.
"É como uma reunião de família", diz um especialista da Inglaterra
em visita à sala do museu, com baixa iluminação. "São tesouros da história
do Império Britânico", completa um colega. "Ao observar estes selos,
mergulha-se em uma fascinante viagem ao passado." Os selos, que quando
foram impressos custavam dois centavos, hoje valem milhões.
Raridades
A história quase de contos de fada dos selos começou em 1847 nas Ilhas
Maurício, arquipélago no Oceano Índico. A então colônia britânica emitiu um
total de 500 selos azuis e vermelhos com a inusitada inscrição "Post
Office Mauritius" ("Correios das Ilhas Maurício"). O selo
vermelho, de um centavo, era destinado ao serviço postal dentro das próprias
Ilhas, e o azul, vendido a dois centavos, servia para cartas destinadas ao
exterior.
Todos os selos emitidos posteriormente levavam a habitual inscrição "Post
Paid" ("Postagem paga") e, por serem mais numerosos,
interessam menos aos colecionadores. Os apaixonados por selos caçam os raros
"Post Office Mauritius", estampados manualmente um a um. Além
disso, o que faz deles interessantes é o fato de nenhum ser exatamente igual ao
outro, ou seja, cada exemplar é único. E cada selo tem sua própria história.
Doze unidades azuis e 15 vermelhas foram conservadas, sem excluir a
possibilidade de descobrirem-se mais. Cada "Post Office Mauritius"
muda de dono de tempos em tempos, de maneira que os especialistas sentem como
se fizessem parte de um romance policial que sempre assume novos rumos.
Agora, os especialistas esperam que a chapa de impressão original de 1847
reapareça após a exposição em Berlim. Ela é considerada a peça de cobre mais
cara do mundo.
Selo azul
O fato de o "encontro das rainhas" acontecer justamente em Berlim
não surpreende. Em nenhum outro país a lenda do selo mauriciano azul é tão
conhecida como na Alemanha. Cineastas e escritores germânicos contribuíram para
o mito. Já no ano de 1904, o então museu imperial dos correios alemão adquiriu
um dos selos azuis. No exterior, os exemplares azuis e vermelhos são conhecidos
principalmente entre os especialistas.
Entre as raridades expostas em Berlim, uma se destaca: um envelope com
um selo mauriciano azul e outro vermelho. Durante semanas, a carta foi
transportada em um navio junto a um carregamento de vinhos, das Ilhas Maurício
até Bordeaux, na França. A chamada carta de Bordeaux é considerada a joia da
filatelia.
"Ofereci ao dono cem milhões de euros pela carta, mas ele recusou",
conta um leiloeiro. Não é de se admirar, então, que a exposição em Berlim
esteja protegida com um seguro no valor de 50 milhões de euros.
Autora: Nina Werkhäuser (lpf)
Revisão: Roselaine Wandscheer
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