Para filatelistas de Jundiaí, todo investimento é válido para se ter na coleção alguns selos raros
Kadija Rodrigues
Agência BOM DIA
Fotos: Clodoaldo de Silva/Agência BOM DIA
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O que você compraria com R$ 3 mil? Daria para adquirir uma geladeira, um notebook, vários aparelhos de celular e até dar entrada em uma moto. Foi o quanto o comerciante filatélico Julio César Rodrigues de Castro, 50 anos, pagou para ter uma série de três selos dos Emirados Árabes Unidos, há três anos. A série traz um selo banhado em ouro, outro em prata e um terceiro em platina. Uma preciosidade rara por aqui. Quem ficou curioso em ver esses selos tão valiosos, pode visitar a exposição feita por Julio no restaurante O Chopão, na Vila Rami, que termina hoje (18/04/2011).
A exposição funciona das 18h até meia-noite e foi feita por conta dos 10 anos do site Filatelia77, portal de compra e venda de selos de Jundiaí.
A paixão de Julio pelos selos começou ainda na adolescência, mas foi em 2000 que comprou uma grande coleção e depois passou a frenquentar sites de leilão para adquirir os selos que não tinha. “Até então, trabalhava como gerente de banco, uma rotina por 13 anos. Foi aí que decidi que montaria um comércio virtual de filatelia”, lembra.
Julio César Rodrigues de Castro comercializa selos por meio do site Filatelia 77
Em 2005, estava com o site pronto e registrado. Seis anos depois, conta com 33 mil itens à venda que vão de selo até materiais para manusear as peças - pinças e lupas, até álbuns e outros.
De acordo com Julio, os preços de um selo variam de R$ 0,40 até R$ 3 mil. Em seu site, 80% custam na casa de R$ 1.
Ele conta que existem clientes que encomendam lotes de um determinado tema, que podem custar cerca de R$ 150. “O mercado de filatelia é engraçado. Um selo que teve erro na hora da emissão pode se tornar raridade e ter o preço muito valorizado.”
A filatelia, segundo o comerciante, é o maior hobby das pessoas no mundo todo. “Dizem que é hobby dos reis e rei dos hobbys”, brinca. .
História O Brasil foi o segundo país no mundo que teve a lei aprovada para o uso do selo postal, em 1843, depois apenas da Inglaterra. Na época, eram os destinatários que pagavam a correspondência e não os remetentes. Porém, com o tempo, os destinatários não queriam receber as correspondências em razão do custo. Foi assim que decidiu-se pelo pagamento antecipado das cartas antecipado. “Com isso, surgiram os selos que funcionam como comprovante de franqueamento de remessa postal.” Os três primeiros selos brasileiros nos valores de 30, 60 e 90 réis ficaram conhecidos como “Olho de Boi”, devido ao seu desenho que lembrava os olhos do referido animal. Esses selos são os mais famosos no Brasil, porém não são os mais caros.
Selo em comemoração ao centenário do Corinthians emitido em 2010. Foi o primeiro selo em tecido do Brasil
Identidade Muitas empresas pagam para que os Correios façam uma vinheta com o logotipo ao lado do selo em circulação. Segundo Julio, o preço para 12 selos custa cerca de R$ 32. Em Jundiaí, algumas empresas e instituições fizeram as suas vinhetas como o Grêmio, Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, o Centenário do Paulista e Cinquentário do Clube Filatélico Jundiaiense.
Há empresas ainda que pagam para a elaboração de um carimbo personalizado que custa cerca de R$ 5,5 mil e todas as cartas postadas em determinada agência recebem o carimbo por um período de 15 dias.
De 2008 o material é o mesmo da bola da Adidas usada na EuroCopa
Site já conta hoje com 3 mil clientes
Há seis anos com o site no ar, Julio conta com 3 mil clientes
Dicas para começar uma coleção
De acordo com Julio, colecionar selos “cabe no bolso de qualquer um”. Ele ainda dá a dica: “corte o selo da carta, coloque em uma banheira com água e deixe soltar. Para secar, coloque a goma pra cima e guarde em um livro para ficar sem dobras.
Por Renata Lima Brito | 04/04/2011 | Categorias: Filatelia